segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Irmão André - Biografia resumida




Maior missionário do Século XX, conhecido como "O Contrabandista de Deus


1928 Nasce na Holanda no dia 11 de Maio.
1949 Aos 21 anos ocorre a sua conversão.
1955 Forma-se na escola missionária da Cruzada Mundial de Evangelização (WEC - Worldwide Evangelism Crusade), com sede em Glasgow, na Escócia.
1955 Assiste ao Festival da Juventude Comunista da Polónia. Fica impressionado com o entusiasmo dos jovens com um credo sem Deus. Sente-se então chamado por Deus para levar a Sua Palavra aos países socialistas. Nasce assim a Missão Portas Abertas.
1955 Realiza sua 1ª viagem missionária ao leste europeu enquanto contrabandeava literatura cristã.
1957 1ª viagem contrabandeando bíblias para a União Soviética no seu carocha azul.
1965 1ª viagem missionária à China Comunista, não conseguindo contudo fazer contacto com algum cristão.
1967 Lança sua obra mais famosa: O Contrabandista de Deus, onde conta as suas aventuras de contrabando de Bíblias para países comunistas e os livramentos que Deus proporcionou na sua vida. O livro foi um best-seller, tendo vendido 10 milhões de cópias e sendo traduzido para mais de 28 idiomas.
1967 Devido ao sucesso do livro O Contrabandista de Deus torna-se conhecido no mundo comunista, não podendo mais realizar tantas viagens ao bloco. Passa a realizar viagens missionárias aos cristãos perseguidos noutras regiões do mundo.
1974 Publica outra obra de grande sucesso: Não Há Portas Fechadas!, onde explica e defende teologicamente a necessidade do contrabando de bíblias.
1975 Organiza nas Filipinas a conferência de Portas Abertas "Ame a China" para encorajar o ministério na China.
1978 Realiza o Congresso Portas Abertas "Ame a África" no Malawi. Dezenas de agências missionárias e muitas igrejas unem-se para promover a evangelização do continente africano.
1978 Em São Paulo, funda o escritório da Missão Portas Abertas no Brasil.
1981 Lança o Projecto Pérola: 1 milhão de bíblias são contrabandeadas por Portas Abertas aos cristãos chineses numa única noite!
1981 A revista Time publica na edição de 19 de outubro a manchete "expedição audaciosa", relatando o contrabando de 1 milhão de bíblias para a China Comunista em apenas um dia.
1983 Começa a Campanha Mundial de Oração de 7 Anos, promovido por Portas Abertas, para o fim do socialismo na URSS.
1985 Projecto Fogo Cruzado: 5 milhões de exemplares de literatura cristã são enviados ao jovens latino-americanos.
1986 Lança o Projecto Timóteo de Portas Abertas para treinamento de líderes cristãos na África do Sul. 1989 Alvo 1 Milhão: projecto que visa enviar 1 milhão de Novos Testamentos para a Rússia. Alvo alcançado em 1990. 1990 Inicia-se a Campanha Mundial de Oração de 10 Anos pelo mundo muçulmano. 1991 Operação ABC: 1 milhão de bíblias para as crianças da ex-URSS.
1993 Doação de 50 mil bíblias da 1ª edição completa em Albanês para o presidente da Albânia, um país até então declaradamente ateu.
1994 Prega numa campanha evangelística que Portas Abertas realiza, durante 5 dias, no Estádio Qaddafi no Paquistão. Milhares de pessoas ouvem o Evangelho num país muçulmano.
1996 Lança seu 10° livro: Desafiando os Limites da Fé, onde compartilha 10 passos pelos quaisl Deus tem trabalhado na sua vida.
1997 Recebe o Prêmio Liberdade Religiosa da Associação Evangélica Mundial, em reconhecimento aos serviços à Igreja Perseguida.
2003 Depois de 25 anos, realiza sua 2ª visita ao Brasil, tendo pregado e conferenciado em 13 cidades deste país.
http://www.portasabertas.org.br/

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

O Grande exemplo de Oswald Smith

Uma visão capaz de influenciar o Mundo   

 Embora desejasse muito, ele não chegou a se tornar um missionário transcultural. Todas as suas tentativas de se estabelecer no campo missionário foram fracassadas em razão de complicações com a saúde; sem contar o fato de ter sido rejeitado como candidato por uma organização missionária. Nem por isso, desistiu de sua visão de alcançar o mundo com o evangelho. Pelo contrário, já que não tinha condições de ir pessoalmente, resolveu enviar outros em seu lugar. Um de seus lemas era: “Nenhuma visão que não seja o mundo é a visão de Deus”. Seu nome era Oswald Smith, pastor da Igreja do Povo, em Toronto, no Canadá, homem que sustentou centenas de missionários e chegou a enviar mais missionários para o mundo do que qualquer outra igreja de sua época. Suas iniciativas para influenciar o mundo foram tão grandes que milhares de pessoas o chamavam de “Sr. Missões”.
    É fantástico quando a visão de Deus alcança o coração de um homem! A visão de Deus é aquela que sonda a necessidade de cada ser humano e produz uma ação prática para responder à humanidade e revelar Sua glória em todos os continentes, países, cidades, povos, aldeias e malocas. João bem descreve que essa perspectiva global da humanidade moveu o coração de Deus a ponto de dar seu Filho unigênito para a salvação de todos os homens, em todos os lugares. “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3.16).
   O projeto divino é global e sempre foi desenvolvido a partir desta perspectiva. Portanto, identificarmo-nos com uma visão global – em semelhança a homens como Oswald Smith – e trabalharmos para influenciar as nações é agir de acordo com os propósitos de Deus. Não se trata de modismo ou influência do movimento moderno de globalização, mas de uma atitude de obediência ao mandamento divino: “Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém, como em toda a Judéia e Samaria, e até os confins da terra” (At 1.8).
   Desta forma, podemos afirmar que o desafio para a igreja deste novo milênio é corresponder aos seus desafios locais, mas ao mesmo tempo pensar, visualizar e agir globalmente. Isto é, de maneira simultânea, tanto numa ação local, como num mutirão global.
   Seria pedir de mais, requerer que uma igreja local desenvolva uma consciência e uma ação global? Bem, se uma empresa, no mundo de hoje, que não pensa globalmente está condenada à estagnação, o que dizer de uma igreja que não tem uma visão global e não considera sua tarefa globalmente? A igreja foi estabelecida para corresponder aos desafios mundiais e deve ser caracterizada por sua visão do mundo. De outra forma, ela perde sua identidade e nega a sua natureza como agência do Reino de Deus para as nações.
   Não há dúvidas de que mais do que em qualquer outro tempo, o mundo clama por homens e mulheres com uma visão de Deus. Este cenário transforma em urgente a tarefa de cada igreja local se identificar com a visão do alto e assumir ações transformadoras, em todas as partes do planeta.
    Depois das tsunamis, em dezembro de 2004, veio o terremoto, em maio de 2006. Em junho do mesmo ano, lá estava outra tsunami. Agora, o maior país muçulmano do mundo, a Indonésia, sofre com a lama quente de um vulcão – em erupção em setembro de 2006 – que amplia o estado de destruição e eleva o número de desabrigados no país. De maneira angustiante e com a esperança de uma vida melhor abalada, o povo clama por socorro ao deus do Alcorão.
   E o que dizer daqueles que vivem em condições mais favoráveis, mas clamam por nunca terem sido alcançados pela pregação verbal do evangelho? São, pelo menos, 2,3 bilhões de pessoas que não tiveram ainda a chance de ouvir o evangelho de forma compreensível. Estamos falando de pessoas que vivem em contextos de isolamento geográfico, religioso e social e para serem alcançadas carecem de ajuda externa, como, por exemplo, a intervenção de um missionário.
   Em nossa própria nação, de um total de 251 tribos indígenas , cerca de 113 tribos não têm a presença de missionários evangélicos. Há ainda uma enorme quantidade de comunidades em todo o país, inclusive sertanejos e ribeirinhos, que não têm acesso ao evangelho. Segundo dados oferecidos pela Missão Juvep, somente na zona rural nordestina do nosso país, destacam-se mais de 320 municípios com 97% de pessoas que não conhecem o evangelho e mais de 10.000 aglomerados humanos sem nenhum crente. Calcula-se que em todo o sertão cerca de 95% das pessoas nunca foram evangelizadas...
   É urgente expandirmos nossa ação e influenciarmos o mundo a partir de uma visão dada por Deus! Vale lembrar aqui que uma igreja que expande seus horizontes e atua globalmente não é aquela que disputa terreno com outras igrejas e faz da sua denominação uma marca registrada em cada país do mundo. Uma igreja que obedece a ordem divina é aquela que anuncia o evangelho e faz discípulos onde Cristo ainda não foi nomeado.
   Ainda hoje, mesmo depois de sua morte no ano de 1986, a vida de Oswald Smith se destaca por sua visão global, capaz de influenciar o mundo. Testemunhos de vida como esse, além de empolgantes, servem-nos como amostra do que a visão de Deus pode fazer no coração de alguém apaixonado pela evangelização mundial.
Senhor, contempla a Igreja brasileira e nos dá a Tua visão, capaz de influenciar o mundo!

Nota: 1) O número de tribos indígenas brasileiras tem variado ao longo dos anos. Dessa forma, os números apresentados no texto estão de acordo com dados mais recentes divulgados pela FUNAI.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

O Primeiro Missionário.



                Textos de Othon Ávila Amaral, historiador, membro da IB Betel em Mesquita (RJ).
     
      João Jorge de Oliveira (1882-1957) foi o primeiro missionário das igrejas batistas do Brasil em Portugal. Converteu-se na Congregação Batista do Engenho de Dentro/RJ, em 1898, quando tinha 16 anos, ouvindo o vibrante evangelista Pedro Sebastião Barbosa (1858?-1921), decisão confirmada posteriormente após ouvir outro grande evangelista, Florentino Rodrigues da Silva. Estudou nos Estados Unidos, na Universidade de Baylor, e lá foi consagrado ao pastorado. Retornou ao Brasil e trabalhou em Belém/PA como representante da Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira.
     Em 1910, João Jorge de Oliveira chega novamente a Belém e decide visitar a sede da Junta de Missões Estrangeiras, cuja sede estava na cidade de Recife/PE, e cujo Secretário Correspondente era o missionário Salomão Ginsburg. Lá manifesta o seu propósito de seguir para o campo missionário, recebendo total apoio dos membros da Junta. Seguiu para a cidade de Campos/RJ, onde seria realizada a 5ª Assembleia da Convenção Batista Brasileira, e lá representou a Missão do Amazonas.
    Exatamente na noite de 23 de junho de 1911, a Comissão deu parecer sobre Missões Estrangeiras, liderada pelo Pr. William Buck Bagby e coadjuvada pelos pastores Alberto Lessa e José Gresenberg, e recomendou: 1) que os batistas brasileiros continuassem a sustentar o trabalho no Chile; 2) que o irmão João Jorge Oliveira fosse imediatamente enviado para Portugal; e 3) que as igrejas trabalhassem para levantar 10 mil contos de réis, durante um ano, para esta obra missionária urgente e importantíssima.  
    Finalmente aprovado o parecer, e depois da entusiasmada palavra do novo missionário, João Jorge Oliveira, o Presidente da Junta, James J. Taylor, convocou um momento de consagração com imposição de mãos dirigido em oração pelo irmão Ernesto Alonso Jackson. Eram membros da Junta de Missões Estrangeiras: Ernesto A. Jackson, Francis Marion Edwards, James Jackson Taylor (Presidente); Salomão Luiz Ginsburg (Secretário Correspondente), John Watson Shepard, Theodoro Rodrigues Teixeira, Menandro Martins (Secretário Arquivista), Thomaz Lourenço da Costa (Tesoureiro), J. A. Gouveia (Vice-presidente). Antes de seguir para Portugal, João Jorge de Oliveira passou por Garanhuns/PE, onde se casou com Prelediana Frias, pernambucana e filha de portugueses.